Os casos de violência doméstica têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil, e, lamentavelmente, muitos resultam em tragédias irreparáveis. Mulheres que tentam se libertar de relacionamentos abusivos frequentemente se tornam alvos de ataques fatais por parte de ex-companheiros que não aceitam o fim da relação.
O feminicídio, além de destruir vidas, deixa marcas profundas e traumas irreversíveis para os familiares e, especialmente, para os filhos das vítimas. Um exemplo doloroso dessa realidade ocorreu no último domingo, 9 de fevereiro, no município de Coremas, localizado no Vale do Piancó, na Paraíba.
Na zona rural da cidade, um homem assassinou a tiros sua ex-esposa, Ingraça Rejane, de 38 anos, e sua ex-sogra, Maria Virgolino, de 60 anos, diante dos filhos do casal – um menino de apenas 6 anos e um adolescente de 14 anos.
De acordo com as investigações, o criminoso não aceitava o término do relacionamento e, movido pelo sentimento de posse e vingança, foi até a residência da ex-companheira armado com um revólver calibre 38. Durante o ataque, Maria Virgolino tentou intervir para proteger a filha, mas também foi brutalmente alvejada.
As duas mulheres morreram no local antes da chegada do socorro. Após cometer o duplo homicídio, o agressor tentou tirar a própria vida, mas foi socorrido e encaminhado ao Hospital Regional de Patos, onde permanece internado sob custódia policial. A Polícia Militar e a Polícia Civil foram acionadas e apreenderam a arma utilizada no crime. O caso segue em investigação, e a expectativa é que o autor seja formalmente preso assim que receber alta hospitalar.
O feminicídio é um problema crescente no Brasil e demanda ações urgentes e eficazes para sua prevenção. O país conta com legislações específicas para a proteção das mulheres, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, mas os dados mostram que ainda há muito a ser feito para garantir a segurança e a vida das vítimas de violência doméstica.
É essencial que a sociedade como um todo se engaje na luta contra esse tipo de crime, promovendo a conscientização e fortalecendo as redes de apoio às vítimas. Além disso, é fundamental que denúncias sejam feitas para que as autoridades possam agir preventivamente. Qualquer pessoa pode denunciar casos de violência doméstica anonimamente pelo Ligue 180, um canal de atendimento e proteção às vítimas.
A erradicação do feminicídio exige o comprometimento do poder público, da sociedade civil e das instituições de segurança. Somente com políticas eficazes, fiscalização rigorosa e uma mudança cultural que rompa com o ciclo da violência poderemos alcançar uma realidade onde as mulheres estejam verdadeiramente protegidas.